Os nabos estão de partida para outros solos (mas continuam do Norte)

A micro-agricultura urbana, biológica e partilhada foi o ponto de partida para este e-espaço. Começou com uns canteiros nas traseiras das instalações da Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica Portuguesa, junto ao Hospital de S. João, no Porto. Quando esse espaço foi vendido os nabos, menos mas ainda no plural, mudaram-se para o 7º piso de um dos edifícios remanescentes. Passados poucos anos a faculdade mudou-se de armas e bagagens para outro campus e aí a última naba foi para casa. Na varanda do prédio residencial alguns vasos gigantes têm continuado a demonstrar a viabilidade de assumir o poder de produzir. O facto de ser uma produção pequenina não reduz a satisfação nem o sabor. Mas... mudam-se os tempos e mudam-se as vontades: a naba mudou-se para 2.5 hectares nas faldas da Serra da Aboboreira, onde está cada vez mais investida. Já não é micro nem urbano, embora seja igualmente lindo e inspirador. Daí que chegou a altura de dizer adeus a este projeto – novos virão a tomar forma. Ficam estas 188 publicações, para não se apagar a memória, e uma foto de um bocadinho do atual jardim do paraíso.




Aprender até morrer

Vale a pena aprender, com a experiência e com os outros. Aqui no Grande Porto o programa regular de formação mais interessante e económico está na Academia Lipor:  https://www.lipor.pt/pt/academia-lipor/ – é de aproveitar.



E o depois!

Quem diria que ao fim de um mês já deu para fazer a primeira colheita e duas semanas depois disso nem se nota que as colheitas já começaram. 😊 Com rabanetes, canónigos e coentros já se fazem saladas e sumos verdes. Só a alface não germinou – as sementes já eram antigas. Faz falta uma variedade de alface de inverno.




O antes

Depois de um mês de férias, em que a varanda fica vazia, e de um mês de setembro anormalmente quente (só ontem estiveram 32°C) está na hora de tentar finalmente começar as sementeiras de outono. O aspeto inicial é algo desértico. Não percam os próximos capítulos... a ver onde se consegue chegar.



Quem é que vai alimentar o mundo?

Um estudo inovador realizado no estado indiano do Andhra Pradesh comparou 4 tipos de agricultura: tribal, sem irrigação, natural e intensiva. O relatório agora publicado mostra como a agricultura natural leva a palma: 49% mais rendimento e 11% mais produtividade que nas restantes opções. Outras vantagens incluem um acréscimo na biodiversidade, o enriquecimento nutricional dos alimentos, melhorias na saúde dos agricultures e a dinamização de redes locais de transmissão horizontal de conhecimento. 

A agricultura natural baseia-se nos princípios da agroecologia e está focada nas escalas familiar e comunitária. Os elementos centrais vão desde a rotação de culturas para maximizar a fertilidade dos solos até à gestão natural de pragas e doenças, desde a criação de bancos de sementes tradicionais ao empoderamento dos agricultores face às pressão dos mercados comerciais. Embora um só estudo não permita retirar conclusões definitivas o futuro de uma agricultura sustentável está cada vez mais bem delineado.

Humidade é vida

Bastou regar durante uma semana por pulverização este vaso e começou a vida: mosquitos, aranhas para apanhar os mosquitos, cogumelos para tirar partido da vida que regressou à terra... Sem água (ou com pouca) tudo pára. Que líquido milagroso.



 

Fundado o Forum Agricultura Biológica

Com o objetivo de acompanhar, através de informação e debate, a situação e perspetivas da agricultura biológica, foi fundado em abril de 2023 em Lisboa o FAB – Forum Agricultura Biológica.

A agricultura atual, dita convencional, é origem de dificuldades ambientais graves e aparentemente insolúveis. O Forum Agricultura Biológica pretende contribuir para o reforço das correntes e movimentos que têm em vista constituir-se como solução generalizada a tais dificuldades. Para isso estudará e apresentará propostas de intervenção a nível social, político e legislativo, tendo como base os princípios fundamentais da agricultura biológica, tal como entendidos pelos seus fundadores históricos em todo o mundo.

Constitui uma das prioridades do Forum Agricultura Biológica acompanhar com vigilância as ameaças ao ambiente e à saúde humana provenientes da própria agricultura dominante: adubos, em particular os azotados e importados da Rússia; pesticidas, em particular as 57 substâncias ativas indicadas pela Comissão Europeia com efeitos crónicos graves na saúde humana; antibióticos, em especial os usados como fatores de crescimento em pecuária industrial / factory farming; organismos geneticamente modificados, incluindo os supostos «novos» OGM ou de edição genética; esgotamento dos recursos fósseis; alterações climáticas; agressão à biodiversidade, erosão, destruição e degeneração dos solos; poluição das águas superficiais e subterrâneas.

Igualmente urgente será, para o FAB, acompanhar com atenção e sentido crítico a evolução do setor da agricultura biológica em Portugal, com especial atenção à evolução das áreas cultivadas, à sua correspondência com a disponibilidade de alimentos certificados para o mercado nacional, e a sua adequação às necessidades do consumidor.

Quem se identificar com o espírito e objetivos do FAB tal como acima formulados poderá enviar a sua adesão para forumab.2023@gmail.com – também pode visitar o FAB em https://www.facebook.com/profile.php?id=100092284426356

O aniversário do «Horta à Porta»


O projeto de hortas comunitárias da Lipor (na Área Metropolitana do Porto) vai fazer 20 anos este mês de julho de 2023 e há razões para orgulho. São já 2087 os talhões distribuídos por 8 concelhos e 57 hortas, segundo relata a TSF. O sucesso óbvio desta iniciativa de fôlego fica ainda mais evidenciado pelo facto de que há 3000 pessoas à espera de acesso a um talhão: a procura excede o total da capacidade instalada ao longo das duas décadas que agora se encerram. Ou seja, se há algum problema com este projeto é o estar a ser vítima do seu próprio sucesso: se houvesse forma de o duplicar ainda continuava a ser insuficiente para fazer face às necessidades. 

A melhor parte de ser jardineiro de fim de semana

É dar e receber. Neste caso foram mangueiras que já não se usam, vieram plantinhas úteis. A abundância é infinita e nem tem de custar dinheiro.





A terra a quem a trabalha

 Este apelo — a terra a quem a trabalha — foi ouvido em Braga, mais exatamente na freguesia de S. Vicente. Sem contornos políticos mas com muita sensibilidade social uma pequena candidatura a um fundo ambiental permitiu transformar um terreno livre numa horta urbana que agora se revela potenciadora de várias respostas benéficas para a comunidade. A informação chega-nos no Jornal de Notícias de 9 de janeiro de 2023 e é a prova provada que nas hortas se aproximam pessoas, se espanta a solidão e se encontra um sentido acrescido para viver. Tudo isto e ainda dá comida! Sensacional ideia, e sensacional resultado.



Coentros


Não é que os coentros gostem do frio – ficam vermelhos e encolhidos quando a geada é muita – mas sobrevivem e sempre que a temperatura é menos desagradável aproveitam para ir crescendo.  Vale a pena dar-lhes um lugar na varanda e na cozinha para temperar pratos e saladas. E se for possível deixar crescer alguns para espigar e dar semente então, voilà!, já conseguimos fechar o ciclo da criação.

Resisitir ao frio, vento, chuva e falta de luz

De entre as várias sementeiras na varanda a que se está a dar melhor com a época invernal é de longe a da beterraba. As alfaces desapareceram, as acelgas não saem da cepa torta, mesmo os coentros demoram a mostrar o que valem. Só as beterrabas fazem questão de crescer e mostrar boa cara. Ainda por cima servem para comer em salada (folhas e nabo) ou cozidas. Firmes e teimosas, como quem soubesse que há guerra na Europa e é preciso resistir.




Sabugueiros, enquanto o inverno não passa

Os sabugueiros não estão demasiado preocupados com o frio ou a pouca luz e vão crescendo alegremente enquanto não chega a primavera (na verdade ainda nem o inverno chegou!...). Lá para março vão para sítio definitivo. Fazem uns belos arbustos e os pássaros adoram as bagas. Deve ser das plantas mais fáceis de multiplicar.

 


Enquanto isso, dentro de casa...

... acabou de florir uma orquídea do género Zygopetalum. A cor é intensa mas o perfume é realmente fresco, a lembrar junquilhos. Não gosta de frio (embora o calor intenso também a afete) nem de terra empapada (tal como as verdadeiras epífitas). Esta tem mesmo o ar vibrante de quem tem a vida toda pela frente.



A Louca Aposta na Agricultura Biológica

Acabou de sair:




Este livro, publicado pelas Edições Sempre-em-Pé,  traça a história da implantação agricultura biológica na Europa e no Mundo ao longo de mais de meio século. 

A produção bio é útil nos campos, indispensável nas cidades! É a única que garante ser fundamentalmente isenta de transgénicos. Todos somos potenciais consumidores de produtos biológicos como forma de garantir a nossa saúde e a saúde do ambiente (ou seja, e de novo, a nossa) e compreendemos que a generalização gradual da sua adoção pode trazer muitas respostas para o desafio climático e da biodiversidade, entre outros. Esta síntese histórica permite compreender melhor o percurso e as influências que afetam este modo de produção de alimentos.

Dia 3 de dezembro às 15h30, não perca a apresentação deste livro de Claude Aubert que vai ter lugar na Idealbio, no Porto.

Vantagens socio-culturais das hortas comunitárias


 

Um trabalho de revisão da literatura científica na área dos benefícios das hortas urbanas coletivas aponta para impactos muito interessantes:

- maior coesão (as pessoas sentem-se mais ligadas umas às outras)

- maior envolvimento (mais colaborações, mais parcerias)

- maior identidade e diversidade (as pessoas sentem-se parte de um todo e aceitam-se na diferença)

- maior segurança (perceção de menos risco na comunidade)

- mais multiculturalidade (pessoas não se sentem tão separadas de etnias diferentes)

- melhor resiliência (capacidade acrescida para recuperar de desastres)

Portanto as hortas transcendem em muito a "mera" dimensão alimentar, ambiental ou de saúde (incluindo saúde mental). Se há algures uma panaceia universal... é na jardinagem que ela se manifesta.

Opinião: O sistema CGarden de jardinagem urbana

 Estive a ver o vídeo sobre as caixas para hortas da empresa CGarden e ocorrem-me alguns comentários. 

Foto: CGarden.

Os aspetos positivos:

- É um sistema muito completo, bem integrado e ambicioso. Nota-se que foi testado e amadurecido. Para públicos exigentes esta é de longe a melhor oferta de todas as que eu conheço no mercado.

- É bonito. Dá um ar de sofisticação ao espaço. Além disso permite regar outros vasos para além da caixa propriamente dita, o que amplia a sua conveniência.

- Recolhe e armazena água da chuva. Ninguém tem dúvidas de como a água é preciosa... todas as casas deviam ter sistemas destes. E está tudo pensado para proteger as plantas de desidratação desnecessária.

- São canteiros muito elevados, o que significa que não é preciso dobrar ou forçar as costas. Realmente cómodo, sobretudo para quem tem mais idade. Mas não há bela sem senão... vejam mais abaixo o reverso da medalha.

- O sistema de rega usa peças standard. Se alguma se estragar pode-se substituir com facilidade e sem ter de pagar uma fortuna a esta empresa.

- A formação do chá de vermicomposto é automática, e é com isso que se rega. As plantas adoram!

- Os materiais, pelo menos os principais, foram escolhidos pela solidez e durabilidade.

- É uma empresa portuguesa. Desejo-lhes o maior sucesso.

O que me parece menos bem conseguido:

- Não é para crianças: não conseguem chegar tão alto!

- A (vermi)compostagem dificilmente conseguirá dar vazão. Aqui as caixas para as minhocas são sempre do mesmo tamanho, mesmo nas opções maiores. As minhocas gostam de alimentos ricos (de fruta podre e não de folhas secas, por exemplo) e tudo em pedacinhos pequenos... isto não é compatível com plantas grandes inteiras que vai ser preciso descartar no final do verão, entre outros. Ou seja, muito provavelmente é necessário ter um compostor tradicional para além do que este sistema oferece.

- O peso. Estas hortas parecem ser pesadas demais para varandas de prédios – só servem mesmo para pátios de vivendas. Mas as vivendas já têm terreno, normalmente, o que esvazia o propósito e reduz o nicho de mercado.

- O preço! O modelo pequeno custa cerca de mil euros, o maior aproxima-se dos 2 mil. É muito dinheiro! Pode não ser caro demais, face à criatividade, trabalho e materiais envolvidos, mas ainda assim põe os CGarden fora do alcance da maioria das famílias portugueses. 

O que fica por esclarecer:

- O nível de dificuldade da montagem.

- O (mau) cheiro, sobretudo da água com escorrências do composto.

- A durabilidade de alguns componentes.

- A performance ao longo dos anos.

Resumindo:

Se eu tivesse uma vivenda e o dinheiro necessário (para além do espaço requerido, claro) comprava uma horta CGarden? Sim, parecem irresistíveis mesmo não sendo perfeitos. Entretanto pode ser que se vão aproximando da perfeição, para grande alegria de todos os jardineiros urbanos.

Couve chinesa

Depois de experimentar (e gostar) num restaurante tinha de semear a ver no que dá. Numa varanda a tentação é sempre de usar sementes a mais... mas esta bok choy (Brassica rapa var. chinensis) não parece estar a incomodar-se com isso. Não percam atualizações futuras!




Melão cuca sabe a pepino

 Também conhecido por mini-pepino mexicano, o melão cuca (Melothria scabra) é uma gracinha. De tamanho lembra uma azeitona avantajada mas sabe a pepino sem tirar nem pôr. O aspeto, à parte o tamanho, lembra vagamente — não o melão! — mas a melancia (as semelhanças terminam aí). Vale a pena guardar alguns frutinhos para recolher as sementes e semear no ano seguinte, já que germinam generosamente e em pouco tempo. É uma adição muito inesperada a uma salada gourmet.



Cravos de abril em maio

 Das flores da infância a memória guardou os cravos (Dianthus caryophyllus) na categoria de melhor perfume. Perfeitos para quem tem pouco tempo para a jardinagem e ainda assim gosta de um verão colorido e generoso.




Famalicão: assim não!

Foto: Facebook do Parque da Devesa

Possivelmente a Câmara de Famalicão acha que as hortas se transplantam como as alfaces. Segundo notícias vindas a público (ver aqui e aqui) o CITEVE (Centro Tecnológico da Indústria Têxtil e do Vestuário) negociou com a Câmara alterações a um acordo em vigor que efetivamente aniquilam as atuais hortas urbanas da cidade. Sim, as hortas vão para outro sítio. Mas quem tiver passado 5 minutos a jardinar sabe que o ingrediente secreto é o solo. Fazer solo vivo, fértil, resistente a pragas e doenças... demora anos. E criar uma estrutura arejada, fixadora de carbono, em equilíbrio dinâmico com vegetais e micróbios pode ser ainda mais complexo e demorado. Tudo isto exige trabalho paciente, dedicado e algum investimento. E tudo isto se perde quando se mudam as hortas de lugar. Não devia ser preciso andar a pedir aos tribunais para obrigar a Câmara a proteger o que a própria Câmara tinha criado. Que triste! Afinal nem as alterações climáticas são suficientes para os nossos responsáveis ganharem juízo e porem em primeiro a proteção ambiental. Ou então é mesmo ignorância pura e dura, o que é ainda mais triste.

Hortas urbanas em Santo Tirso

 Uma passagem pela Fábrica de Santo Thyrso permitiu conhecer uma das vistas mais agradáveis de se encontrar: pequenos talhões cultivados com abundância de atenção e afeto. Um verdadeiro unguento espiritual! 



Nunca tinha semeado goivos

Mas da maneira como eles crescem tão alegremente no inverno... até era pecado não os cultivar! 






Sementeiras de inverno

As sementes estão lançadas! Quando começa o outono há menos opções do que no início da primavera, mas para os Nabos do Norte – em que a prioridade é cada vez mais hortaliças que se comam cruas – ainda dá para encher seis vasos: coentros, salsa, canónigos, alface de inverno, mizuna (deste tipo) e ainda era para ser rabanetes mas como afinal estas sementes tinham acabado o vaso acabou por ficar com goivos (a beleza também alimenta). Vamos ver como corre!






Verão e orquídeas

O sol é pouco amigo das orquídeas. Zangaram-se quando elas decidiram tornar-se epífitas e viver (literalmente) à sombra de outras plantas. Numa varanda virada a nascente como esta há um canto na parede virada a sul que nunca apanha sol. A partir de hoje é lá que moram os espécimes que incarnaram nos Nabos do Norte.







Taunton Deane II

As couves perenes são mesmo um monumento. Os Nabos do Norte tiveram a oportunidade de visitar dois exemplares da primeira geração que enraizaram numa quinta do baixo Mondego e as fotos não enganam. Este ano um casal de melros fez ninho numa delas e criou 5 melrinhos com toda a facilidade. Que couves fantásticas!







Não é de espantar - estudo científico



Num artigo publicado há cerca de um mês investigadores portugueses e espanhóis demonstram que passar mais tempo em espaço naturais - incluindo hortas - contribui decisivamente para uma melhor saúde mental. É bom ver a ciência a aperceber-se do que qualquer jardineiro incipiente já sabe ao fim de meia hora a mexer na terra!

Partilhar feijões

Os Nabos do Norte aderiram ao projeto "Increase: Intelligent Collections of Food Legumes Genetic Resources for European Agrofood Systems". De acordo com a página www.pulsesincrease.eu :

INCREASE intends to systematically address current shortcomings: Focusing on chickpea, common bean, lentil and lupin, the project will implement a new approach to conserve, manage and characterise genetic resources leading to benefits on different levels. It promises to attract additional private and public investment to boost food legumes breeding. Furthermore, the availability and access to well-described and well-managed collections of genetic resources capturing the full range of species is of crucial importance for reaching a competitive level regarding agronomic performance and sustainability in the EU. INCREASE will combine cutting-edge approaches in plant genetics and genomics, high throughput phenotyping, including molecular phenotyping (e.g. transcriptomics and metabolomics), with most recent advances in information technology and artificial intelligence to boost the conservation of European crop genetic resources and promote their use and valorisation.

Uma das iniciativas mais interessantes neste projeto é a da participação cidadã no processo científico:

A ciência não deve ser só feita pelos cientistas. Todos podem contribuir. A participação pública na investigação científica está a tornar-se cada vez mais crucial no aumento da compreensão por todos da ciência e dos seus benefícios para a sociedade. E mais importante ainda, esta participação contribui para o avanço da própria investigação... por isso, tem um papel essencial no projeto INCREASE. Neste projeto, estamos focados no feijão! A Experiência de Ciência do Cidadão, que é uma das componentes do projeto, pretende reunir cidadãos voluntários que estejam interessados em contribuir e testar uma abordagem inovadora e descentralizada para assegurar a conservação, multiplicação e partilha de sementes para assegurar a agro-biodiversidade. O único requisito é ter acesso a um campo, jardim, terraço ou varanda.

A sementeira foi hoje (só cinco feijões de cada variedade - o resto para já fica guardado). Foram seis as variedades recebidas.

INCBN_00297 (10 sementes):


INCBN_00403 (10 sementes):


INCBN_01237 (10 sementes):


INCBN_06675 (10 sementes):


INCBN_10018 (10 sementes):


INCBN_00000 (10 sementes - variedade de controlo):


Em breve haverá mais notícias. 🌱

Alfaces que duram, duram, duram...

Estas alfaces de inverno já deram muitas saladas. O segredo? Ir colhendo sempre pelas folhas de fora, como se pode ver na segunda foto. Isso estimula o crescimento e faz com que a colheita possa fazer-se ao longo de meses.





 

Cravos II

E quem diria que em pouco mais de um mês os rebentos de cravo já estariam a mostrar o que valem? Espantoso como apesar do frio e do vento do inverno as plantinhas recém-germinadas conseguiram crescer e até já lembram, de facto, cravos a sério. Daqui a pouco vão ter de ser transplantadas para vasos individuais, senão as raízes ficam todas num novelo só.

Cravos I

Mesmo no pino do inverno, aproveitando a proteção duma varanda podemos começar sementeiras de primavera. Crescem devagar aos trancos e barrancos consoante o tempo estiver mais suave ou agreste, mas o que importa é que se vão desenvolvendo.




Namenia

A Namenia é uma das hortaliças que a empresa Sementes Vivas vende em Portugal. Cresce muito bem mesmo no inverno, um saco de sementes rende para vários meses e é mesmo saborosa em saladas cruas - que nunca são demais nos meses frios.



 

Jardinar é para todas as idades

Naquelas idades em que já há pouco a fazer, sobretudo porque o corpo não deixa, jardinar na varanda é uma oportunidade de comungar com a alegria. Neste caso o pretexto foi a plantação de uma dúzia de alfaces de inverno.

 


O mês de multiplicar ervas aromáticas

O alecrim (na foto) é das plantas mais fáceis de multiplicar por estaca, e este é o mês de o fazer. Basta arranjar umas pontas de 15 a 20 cm, espetar na terra e não deixar secar. É possível que metade morra, por isso há que fazer as contas de acordo com o pretendido. Em todo o caso é fácil pôr por excesso e no fim oferecer o que sobrar. E entretanto temos um vaso bonito para olhar durante o inverno inteiro.




Para guardar sementes de tomateiro/tomate

 


Vale a pena guardar sementes de tomate, quanto mais não seja pelo prazer de sentir que ao longo dos anos as variedades se tornam recursos preciosos, uma herança única a manter para as gerações vindouras. No caso dos tomateiros há a vantagem adicional de ser muito simples. Escolhem-se frutos saudáveis, lavam-se, secam-se, abrem-se e tiram-se as sementes. Depois as sementes ficam um ou dois dias em água (ver foto) para se dissolver a gelatina que as envolve. A seguir é só escorrer num passador, passar água limpa e deixar a secar num prato de loiça (e em local seco e sombrio). Quando estiverem totalmente secas guardam-se num saquinho de plástico e rotulam-se com nome e ano de colheita. Et voilà!


Tomate Todo o Ano

A variedade regional de tomateiro "todo o ano" não dura propriamente o ano inteiro e num vaso de varanda também sofre de algumas limitações adicionais mas o tomate em si é de facto duradouro. Quando começam a aparecer os frutos é o deslumbramento! No fim há sempre alguns tomates que se aproveitam para guardar sementes.


Cenouras galore!

Depois de dar muita rama para saladas cruas chegou a vez de apanhar os finalmente: umas cenouras sumarentas e deliciosas que ainda podiam ter crescido mais um pouco se não fossem os piolhos que estavam a sugá-las sem dó nem piedade. O vaso retangular, de barro, tem pouca altura de terra mas serviu perfeitamente.